Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional de Transportes e seus braços social (Sest) e de aprendizagem (Senat) faz um mapeamento sobre a situação da exploração infanto-juvenil nas estradas.
O estudo ouviu 151 motoristas e traz um levantamento sobre a dimensão da exploração sexual de crianças no país, concluindo que há exploração de crianças e adolescentes em mais de 50% dos pontos de “prostituição” nas estradas brasileiras.
O levantamento também aponta que os casos de exploração sexual infanto-juvenil aumentam na direção Sul-Norte, superando em 70% os casos ocorridos na região Norte e em 60% no Nordeste. Em algumas entrevistas, os motoristas afirmam que os longos períodos longe de casa e o uso de drogas empurram ainda mais o caminhoneiro para a prática sexual com crianças e adolescentes.
Cerca de 80% dos caminhoneiros afirmaram que a exploração sexual de crianças e adolescentes – especialmente meninas – é algo comum nas estradas. Já 97% dos motoristas admitem flagrar seus companheiros de estrada com crianças e adolescentes, mas apenas 44% deles confirmam os programas. Apesar de proibida, a prática de oferecer carona a crianças e adolescentes foi apontada em 53% dos casos observados.
Para 38,5% dos motoristas, pobreza, miséria e drogas são fatores que estimulam a exploração. Eles acreditam que a falta de renda para manter casa e família, assim como a pobreza crônica, a fome e a necessidade de encontrar alguma forma de sobrevivência, empurram a vítima fragilizada rumo à "prostituição".
De acordo com o estudo, os profissionais também testemunham a ocorrência de casos em que são os próprios pais que obrigam e oferecem os filhos à exploração sexual, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país.