Programa Na Mão Certa

Em três anos, 25 mil meninas viraram mães em Mato Grosso do Sul

Nos últimos três anos, 25.782 meninas entre 10 e 19 se tornaram mães em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) de Mato Grosso do Sul. Os números são da Secretaria de Saúde do Estado e indicam uma média diária de mais de 27 partos em crianças e adolescentes. Dessas mães de pouca idade, 1.396 sequer haviam atingido os 14 anos. Entre os fatores que reforçam esta realidade está a exploração sexual.

Conforme números da secretaria, em 2006, o SUS realizou 9.822 partos em adolescentes, dos quais 531 em meninas com menos de 14 anos. Em 2007, foram executados 9.304 partos, sendo 521 em menores de 14. Neste ano, de janeiro a setembro, 6.656 garotas estiveram em algum hospital do SUS para darem à luz filhos. Dessas mães-meninas, 344 ainda não tinham comemorado o 14º aniversário de vida.

“Um dos fatores desse índice alto de gravidez é a exploração sexual”, afirma a gerente técnica do Programa Estadual de Saúde do Adolescente e do Jovem da Secretaria Estadual de Saúde, Vera Lúcia Silva Ramos. Apesar de não se ter exata a parcela de meninas grávidas em razão da exploração sexual, a gerente enfatiza que o problema aumenta a vulnerabilidade das adolescentes – ou seja, o crime de exploração deixa suas vítimas mais expostas a engrossarem as estatísticas de gravidez na adolescência.

Para amenizar o problema, o Governo do Estado pretende iniciar, em 2009, “Planos Intersetoriais de Atenção Integral de Adolescentes e Jovens (10-24)” em diversos municípios de Mato Grosso do Sul. Vera Lúcia afirma que as ações se concentrarão em prevenções, como informações sobre doenças sexualmente transmissíveis e uso de preservativos. O alvo não se restringe às meninas, e se estende aos meninos e às famílias. O palco principal de atuação serão as escolas, onde alunos e professores colaborarão como multiplicadores.

Efeitos

A especialista cita estudo desenvolvido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para tratar das conseqüências da gravidez precoce. Conforme o estudo, 25% das mães adolescentes do país abandonam a escola e 70% ficam desempregadas. Além desses efeitos sociais, as jovens mães podem incorrer em problemas de saúde.

“Essa questão é muito séria. As meninas saem da escola, ficam sem trabalho”, afirma, completando que a gravidez na adolescência acarreta conseqüências para a vida inteira. “As coisas só vão piorando”, diz, sem esconder o tom realista da observação.

Com informações de MidiaMax

 

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