Programa Na Mão Certa

Os materiais pedagógicos do Programa Na Mão Certa devem acompanhar os eventos mais importantes da empresa

O tempo é um dos ativos mais preciosos de nossa época. Com tantos prazos, demandas, metas e clientes, fica difícil para quem vive na correria dedicar um tempinho para treinamentos, palestras e outras atividades visando o aperfeiçoamento profissional e pessoal. No caso das transportadoras, onde o entra-e-sai de caminhões não tem hora para terminar, reunir motoristas para organizar esses eventos é um desafio. Mas com um foco especial em comunicação, planejamento e geração de valor, empresas provam que é possível criar espaços para sensibilizar o caminhoneiro e convidá-lo a se tornar um agente de proteção de crianças e adolescentes nas estradas.

A seguir, veja como algumas transportadoras se organizaram para cumprir os compromissos assumidos ao assinarem o Pacto Empresarial:

Trazer líderes e gerentes para a causa

Assim que aderiu ao Pacto do Programa Na Mão Certa em fevereiro de 2011, a Greca Transportes (de Araucária-PR) apresentou o filme O Brasil Na Mão Certa e os Guias Na Mão Certa do Projeto de Educação Continuada na convenção que reúne os principais líderes da Greca. O intuito era informá-los sobre a missão do Programa e mostrar a importância de promover mudanças na rotina para estruturar a formação contínua de agentes de proteção.

Como relata a gerente de RH da Greca, Cristine Sá, que também é o ponto focal do Programa, outro importante passo para a empresa foi arregimentar todos seus gerentes de logística para atuarem como multiplicadores junto aos motoristas — um jeito de fazer com que os motoristas tenham um contato informal com a causa, por meio de um profissional que faz parte de sua rotina.

“Começamos a inserir o assunto através da campanha interna ‘Estrela do Asfalto'”, relembra Cristine. A ação premia o motorista com o melhor desempenho no mês de forma simbólica, adesivando seu caminhão com uma estrela. “Remodelamos a ação para que ela se tornasse também um momento de reflexão, no qual trabalhamos os pontos dos Guias Na Mão Certa.”

Desde a implantação do Programa, a Greca realiza encontros que reúnem as áreas de RH, logística e operacional (motoristas), que se desenrolam como um bate-papo, mas conduzidos de acordo com as orientações pedagógicas do Projeto de Educação Continuada. De acordo com Cristine, as conversas valorizam a auto-estima do caminhoneiro.

“É importante que haja uma continuidade entre vida profissional e vida pessoal”, enfatiza. “Queremos que ele cultive uma postura ética no ambiente de trabalho e que isso seja reproduzido no papel que desempenha na sua família”.

Ajustar as efemérides do ano ao calendário de capacitação

No caso da Videira Transportes Rodoviários, de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), a saída encontrada para integrar a sensibilização de caminhoneiros à sua política de RH foi montar um cronograma para aplicar os Guias temáticos em datas propícias para reflexão sobre os diferentes temas — Priscila Souza, multiplicadora do Programa, explica a estratégia: “O Dia Mundial da Saúde é comemorado em 7 de abril, então trabalhamos com os motoristas o Guia da Saúde do Caminhoneiro; em junho tem o dia dos namorados, então discutimos os conteúdos do Guia Vida de Caminhoneiro e Relacionamento, que trata da vida amorosa, e assim por diante”.

A ideia é criar um espaço para motoristas refletirem sobre qualidade de vida e em sua atuação individual em um contexto mais amplo, aproveitando a oportunidade para introduzir a causa do enfrentamento nas conversas.

Segundo Priscila, essa consciência mais sistêmica e cidadã dos caminhoneiros da Videira é que garante o compromisso com o enfrentamento. “Em nossas reuniões, ressaltamos que a exploração sexual de crianças não está restrita às estradas”, diz. A violência sexual e o aliciamento de crianças muitas vezes são motivados por violência doméstica e conflitos familiares, nem sempre determinados por classe social. “Em nossas reuniões, ressaltamos que a exploração sexual de crianças não está restrita às estradas”, diz. A violência sexual e o aliciamento de crianças muitas vezes são motivados por violência doméstica e conflitos familiares, nem sempre determinados por classe social. “Nós alertamos que crianças nessa situação podem estar muito mais próximas do que supomos. Pode ocorrer no seu bairro, pode afetar a vida de alguém que você conheça”, salienta Priscila.

Para incorporar a causa aos valores da Videira Transportes, a empresa adotou como protocolo no momento de admissão a apresentação do Programa Na Mão Certa. “A adesão dos caminhoneiros tem sido muito boa. São todos pais, em média têm 40 anos, e têm maturidade para se colocar na pele de crianças vítimas da rede de exploração sexual, projetando a imagem de filhas, sobrinhas, etc.”

Intensificar a sensibilização de fornecedores

A Santos Brasil S/A adotou o Dia do Caminhoneiro (30/06) para promover uma grande ação de sensibilização de motoristas em seus centros de distribuição e centros logísticos, cujo principal alvo eram profissionais de empresas fornecedoras. “Distribuímos materiais como flanela e lixinho para veículo com mensagens de conscientização, além de uma cartilha com informações sobre o Programa Na Mão Certa”, conta a consultora de projetos do RH da Santos Brasil, Patrícia Ferreira. “Mais de 2 mil caminhoneiros foram impactados pela ação em 2011.”

Com relação a seus próprios funcionários, que devem ser trabalhados de forma sustentada, a Santos Brasil utiliza a estrutura já existente de capacitação profissional periódica, que institui treinamentos mensais para motoristas. “Aproveitamos os treinamentos para falar sobre a causa, apresentar vídeos e distribuir os guias”, detalha Patrícia.

No final do ano, durante a festa de confraternização, a empresa forma com os funcionários uma roda de troca de experiências e promove, de um jeito descontraído, um quiz sobre o Programa. “Visamos não só mensurar o grau de absorção dos multiplicadores, mas também descobrir o que precisa ser trabalhado com mais atenção no ano seguinte”, explica Patrícia. A multiplicadora da Santos Brasil conta em 500 o número de funcionários e terceirizados mais próximos que passaram por um trabalho aprofundado de sensibilização.

 

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