A região Sul do Brasil, com 27 milhões de habitantes e uma malha rodoviária de 528,3 mil quilômetros, se caracteriza pelo alto índice de desenvolvimento humano. Contudo, não está isenta de problemas graves que afetam as demais regiões, como a exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias. A pesquisa da Polícia Rodoviária Federal que identificou os pontos vulneráveis a este crime mostra que, dos 1.819 pontos mapeados no país, 401 estão nos três estados da região.
No Paraná a
pesquisa da PRF localizou 106 pontos vulneráveis à exploração
sexual de crianças e adolescentes: 59 áreas urbanas, 47 áreas
rurais, 32 bares, 25 boates, cinco motéis, 32 postos de combustíveis,
sete restaurantes e 11 outros. O estado tem uma malha rodoviária
de 265,3 mil km, dos quais 4.549 km de estradas federais, 13.287 de estaduais,
1.700 de estradas estaduais transitórias e 245,7 mil km de estradas
municipais.
Em Santa Catarina foram identificados 78 pontos vulneráveis: 21 áreas urbanas, 12 áreas rurais, 26 boates, dez motéis, seis postos de combustíveis e outros oito pontos. A malha rodoviária catarinense soma 106,5 mil km, compostos por 2.547 km de rodovias federais, 5.739 km de estaduais, 1.002 km de estaduais transitórias e 97.209 km de rodovias municipais.
No Rio Grande do Sul a pesquisa aponta 217 pontos onde há grande risco de exploração sexual infanto-juvenil: 108 áreas urbanas, 56 áreas rurais, 11 bares, 96 boates, 27 motéis e um posto fiscal. A malha do estado tem 156,5 mil km, dos quais 6.512 km de rodovias federais, 8.631 km de estaduais, 2.144 km de estaduais transitórias e 139.248 km de rodovias municipais.
Quando considerados os números da pesquisa nacional, o Rio Grande do Sul é o segundo estado com mais pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes, ficando atrás apenas de Minas Gerais (290). Entretanto, isto não significa que estes estados são os mais problemáticos, adverte a PRF. O número de pontos não reflete o número de menores em situação de risco.
Ações preventivas e repressivas
A PRF também ressalta que o aumento do número de pontos em comparação com anos anteriores não expressa necessariamente que o problema tenha se agravado. Isto se deve à melhoria na estrutura do órgão e ao aumento do número de policiais envolvidos na pesquisa. A finalidade de mapear esses pontos é orientar ações preventivas e repressivas da PRF e de outros parceiros contra a exploração sexual infanto-juvenil.
Uma importante ação está sendo encaminhada com base nos dados apurados pela pesquisa, conforme noticiou o Boletim 08. Até outubro os proprietários e responsáveis por cerca de 1.400 dos 1.819 pontos identificados em todo o país serão notificados pela PRF. O objetivo é solicitar que colaborem no combate ao crime e advertir sobre as penalidades legais aos exploradores e cúmplices.
A íntegra da pesquisa da PRF pode ser consultada no website da OIT Brasil .