Fotos: Romero Cruz | Danilo Ramos
Há 16 anos, o Programa
Na Mão Certa vem se desenvolvendo a partir de um movimento
contínuo: quando alcança um objetivo, sua equipe já
constata novos desafios em relação ao enfretamento da
exploração sexual de crianças e adolescentes.
É preciso inovar sempre para avançar na busca de
soluções para esta grave violação de direitos.
Os primeiros passos do atual Movimento 3.0, iniciado em 2021, foram tema
do “16º Encontro Anual Na Mão Certa”, com destaque
para o conceito do Círculo de Proteção.
“No ano passado, quando o Programa Na Mão Certa
completou 15 anos, recebemos várias informações
mostrando que a pandemia também estava gerando o aumento da
exploração sexual de crianças e adolescentes, por
conta do aumento da vulnerabilidade e da desigualdade social do
País. Era preciso fazer um novo alerta para a sociedade”,
afirmou Eva Dengler, Gerente de Programas e Relações
Empresariais da Childhood Brasil.
Foi então que o Programa Na Mão Certa lançou uma
campanha com a mensagem “Entenda, Mobilize e Denuncie”,
resumindo três atitudes essenciais para o enfrentamento da
exploração sexual de crianças e adolescentes. Durante
seis meses, foram realizadas várias ações como
webinars, divulgação de vídeos e
movimentação nas redes sociais. “Este foi o primeiro
passo do Movimento 3.0”, lembrou Eva que, antes de dar detalhes
dele, resumiu os movimentos anteriores, resgatando a história do
Programa Na Mão Certa.
O Movimento 1.0 (2006 a 2014) foi dedicado à mobilização pela proteção de crianças e adolescentes da exploração sexual, com foco somente nas rodovias. Partindo de um cenário de total ausência de dados, foi realizada a primeira edição da pesquisa “O Perfil do Caminhoneiro Brasileiro”. O estudo permitiu identificar esta categoria profissional como fundamental para a transformação do cenário das rodovias. O marco deste período foi o lançamento do “Pacto Empresarial Contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, que reforçou as estratégias do Programa para tirar o tema da invisibilidade e mobilizar empresas e entidades empresariais.
Para Eva, o Movimento 1.0 foi “o
período mais desafiador do Programa”, pois o
setor privado ainda dava os primeiros passos em direção
à consciência de que poderia desempenhar outros
papéis, além da gestão do negócio.
“Mesmo sem falar dos impactos gerados pela atuação nos
direitos de crianças e adolescentes, fomos ousados e persistentes,
ganhando força e fôlego para amadurecer o próximo
movimento”, contou. Neste período o Programa foi
reconhecido como a primeira iniciativa de responsabilidade social do setor
de transportes.
O Movimento 2.0 (2015 a 2020) foi marcado por um intenso trabalho participativo e colaborativo das empresas. O Programa Na Mão Certa se dedicou à integração e ampliação de novas parcerias e também deu início a novas frentes de atuação, como a criação do modal aquaviários. Além disso, buscou apresentar o enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes como um valor na gestão dos negócios, em alinhamento às Diretrizes de Empresas e Direitos Humanos e aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), ambos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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“Mais uma vez, esse
período de grande evolução do Programa
só foi possível pela participação e
colaboração das empresas, que dia a dia nos surpreendem com
sua proatividade em ações e impacto positivo”,
comentou Eva. Aos poucos, diante do cenário desafiador da pandemia
e do desenvolvimento da Nova Economia, com o surgimento de modelos de
negócios inovadores e disruptivos, foram sendo criadas demandas
para o Programa Na Mão Certa que deram início ao
Movimento 3.0. “Sustentados pela maturidade das nossas
ações, definimos que a conscientização e o
engajamento das pessoas em movimento serão o foco de
ações continuadas, para irmos além de
estratégias voltadas aos nossos parceiros da estrada”,
explicou.
Na prática, segundo Eva, a conscientização e o
engajamento dos caminhoneiros e caminhoneiras continua sendo prioridade da
atuação do Programa, com destaque para o
“Juntos Na Mão Certa”, novo Ambiente Virtual de
Aprendizagem que levou a proposta de educação continuada,
que era somente presencial, para o digital.
Paralelamente, do Programa passou a identificar e consolidar as
ações realizadas como ferramentas ESG, fortalecendo a
mitigação de riscos nos negócios das empresas e
fomentando impactos positivos. E isso permitiu, novamente, abrir novas
frentes de atuação como o Viagens Corporativas, Projetos
Territoriais e, ainda, projetos sob medida, para desafios pontuais e
específicos dos parceiros.
“O
Movimento 3.0 marca também a consciência que a nossa
comunicação precisa ser potencializada, para sustentar e
promover o movimento das nossas atividades”, afirmou Eva. Ou seja, a
visibilidade do Programa Na Mão Certa precisa transcender o
campo natural de sua atuação na proteção de
crianças e adolescentes da exploração sexual e
reforçar a sua imagem de pioneirismo e referência.
“Por isto, este é o momento de promover o Círculo
de Proteção, anunciou Eva, explicando a
ressignificação do símbolo da marca do Programa Na
Mão Certa. O “Círculo de Proteção
“ está associado à motivação
primária do Programa: evitar que a exploração
sexual ocorra, promovendo a proteção de crianças e
adolescentes. E isto é feito por meio da sensibilização
e educação das pessoas em todas as frentes e ao
estímulo da denúncia.
Atuando no Programa Na Mão Certa desde sua
concepção, Eva lembrou que são 16 anos de muita
paixão, consciência e, sobretudo, responsabilidade.
Além disso, agradeceu à sua equipe, pessoas incríveis
“por serem quem são”, e pela dedicação
à causa. E terminou sua apresentação deixando uma
reflexão para os participantes do evento: “Se a
infância é um chão que a gente pisa a vida inteira, o
caminho da vida precisa estar sempre protegido”.
✔ Assista à apresentação do
Movimento 3.0
✔Saiba
mais acessando aqui o folder do Ciclo 2022 do Programa Na Mão Certa.
No ano de 2022, foram reconhecidas 240 empresas que cumpriram com os
requisitos estabelecidos pelo Programa Na Mão Certa neste período.